"Pesquisas recentes mostram que nosso cérebro se engana quando sonha que uma casa na praia, um carro novo ou uma grande paixão nos deixariam mais satisfeitos. Mesmo sem nada disso, dizem os cientistas, estamos fadados à felicidade. Fonte: Priscilla Santos
Reportagem: Felipe Pontes e Guilherme Pavarin
O que faz você feliz? Responda rápido. Vamos. Se pudesse escolher a melhor coisa para acontecer com você agora, provavelmente diria que era ganhar na loteria, certo? Aí poderia comprar um carro novo, aquela casa dos sonhos, fazer uma viagem luxuosa, parar de trabalhar. E seria muito mais feliz. Pode até ser verdade, mas essa sensação não duraria muito. Após décadas pesquisando o assunto, psicólogos, neurocientistas e economistas chegaram à conclusão de que o dinheiro traz felicidade, sim, mas não tanto quanto imaginamos. E quem gasta muito acaba prejudicado na hora de aproveitar pequenos prazeres essenciais à boa vida, como jantar fora na companhia dos amigos ou saborear lentamente uma barra de chocolate.
As mais recentes descobertas no campo da ciência não se voltaram contra o dinheiro. Elas propõem, na verdade, uma relação diferente com o saldo bancário e uma nova maneira de distribuir os gastos do mês. Indicam que devemos priorizar investimentos que trazem boas experiências e relacionamentos em vez de grandes tacadas. Em junho, pesquisadores das universidades de Harvard e de Virginia, nos Estados Unidos, e de British Columbia, no Canadá, divulgaram um estudo com o sugestivo nome: "Se o dinheiro não te faz feliz, então você não está gastando direito". Eles questionam o fato de que, se grana traz essa alegria toda, por que é que os milionários não estão mais felizes do que a média da população mundial? A resposta é que a maioria de nós não faz ideia de quais são os gastos que realmente trarão o contentamento que esperamos. "Recentemente comprei um par de botas de R$ 3 mil", diz a estudante Mayara Turquetti, 23 anos, que nunca teve que se preocupar em comparar preços, ao descrever uma tarde de compras comum em seu dia a dia. "Depois de algum tempo, as botas já estavam encostadas no fundo do armário, junto com tantas outras que tenho. E eu não estava mais feliz", afirma. "É legal entrar em uma loja sem olhar o preço, mas no final das contas o que me faz melhor hoje é passar tempo com as pessoas de que gosto." Mayara concluiu, sozinha, o que os pesquisadores estão tentando nos mostrar. Gastos exorbitantes não tornam ninguém mais feliz no longo prazo. Ao contrário, dizem os cientistas, pagar por uma refeição especial, cursos de idiomas ou viagens curtas trariam muito mais retorno para a construção da felicidade duradoura, pois nos ajudam a estabelecer conexões pessoais.
Entrar em uma loja ou restaurante caro sem se preocupar com o valor da conta é algo comum na vida de Mayara Turquetti, 23 anos De fato, a estudante paulistana aproveita intensamente as regalias que tem. "É bom tomar vinhos de milhares de reais ou poder comprar o que eu quiser. Dinheiro traz oportunidades, mas não basta. As coisas que eu compro me fazem feliz na hora, mas depois esqueço delas", diz. No fim das contas, o que dá mais prazer a Mayara hoje são atividades na companhia dos amigos e da família. E é com esse tipo de diversão, que fortalece nossa conexão com as pessoas, que devemos gastar nosso dinheiro, dizem as últimas pesquisas
Alegria em parcelas
No mês passado, pesquisadores de quatro universidades, entre elas a de Liège, na Bélgica, testaram a influência do dinheiro no bem-estar de um grupo de pessoas. "A relação entre felicidade e pequenos prazeres é três vezes maior do que entre felicidade e riqueza", diz o psicólogo Jordi Quoidbach, que conduziu o estudo. Em um câmpus da faculdade, pesquisadores pediam aos transeuntes que provassem uma barra de chocolate. Antes, eles precisavam preencher um formulário. Em metade deles, foi colocada a imagem de uma cédula de dólar. Na outra metade, uma figura neutra. Os pesquisadores observaram que as pessoas que viram a nota sentiram menos prazer ao degustar o chocolate na sequência. Fato mensurado, por exemplo, pelo tempo curto que gastavam para apreciar a guloseima e pelas parcas expressões de prazer.
O estudo leva a crer que a simples referência à grana poderia diminuir a habilidade de se usufruir de coisas simples. "Acreditamos que, ao ver figuras de dinheiro, as pessoas sentem como se tivessem acesso a tudo que querem. O que, por sua vez, reduz o prazer com as pequenas coisas", diz Quoidbach. "Mas nem é preciso ter dinheiro. Basta pensar em notas e cifrões para isso acontecer." O pesquisador não é a favor dos votos de pobreza e seu estudo vai muito além da ideia de adotarmos um estilo de vida semelhante ao da população do Butão. O minúsculo país budista, localizado entre China e Índia, ganhou fama nos anos 80 por lançar o conceito de FIB, sigla para Felicidade Interna Bruta. Com um nível mínimo de consumo, os butaneses seriam um exemplo de felicidade para o mundo. Mas a atitude sugerida por Quoidbach é diferente. "Não é que se deva ter menos dinheiro. É que precisamos apreciar melhor os pequenos prazeres."
Em uma pesquisa realizada em 2003 por equipes das universidades do Colorado e de Cornell, nos Estados Unidos, com mais de mil pessoas, pediu-se aos entrevistados para lembrarem de um gasto que fizeram e que os deixou mais felizes: 57% declarou algum tipo de experiência, enquanto apenas 34% citou objetos adquiridos. Natural: experiências geram memórias. E, quando boas, toda vez que são revisitadas proporcionam sensação de prazer. "Optei por investir nesse ano em um curso de francês e fazer uma viagem gastronômica com os amigos. Poderia trocar de carro, mas não é o que me dá mais prazer", diz a fotógrafa Daniela Picoral, 35 anos, recém-chegada de uma temporada na região francesa da Provence. "Me sinto muito melhor ao conhecer e aprender coisas novas do que ao comprar outro sofá, por exemplo."
Engano cerebral
O que nos faz investir grandes economias em algo que supostamente nos deixaria mais contentes - como comprar o sofá novo no lugar da viagem - tem a ver com um engano comum da mente humana. Nos últimos 2 milhões de anos, o nosso cérebro aumentou cerca de três vezes em tamanho, devido principalmente a uma área chamada lobo frontal. Trata-se da parte responsável pela capacidade de pensar no futuro e fazer planos. É por isso que conseguimos imaginar o quanto uma situação será prazerosa ou não antes mesmo de chegarmos a ela. É um simulador de situações que existe na mente. Porém, esse simulador é falho. E muito. Frequentemente, superestima o poder dos acontecimentos, tanto bons quanto ruins: o término de um namoro, uma promoção no emprego ou a compra de um carro novo.
Em um estudo clássico, realizado na década de 70, pesquisadores das universidade de Massachusetts e de Northwestern, nos Estados Unidos, compararam o nível de felicidade de um grupo que tinha ganhado na loteria com outro, que havia ficado paraplégico. Ainda que, logo depois do ocorrido, as pessoas do primeiro time tenham se sentido muito felizes e as do segundo estivessem no extremo oposto dessa sensação, após o período de um ano o nível de felicidade dos dois grupos era praticamente o mesmo. O resultado surpreende, mas continua se provando verdadeiro em casos como o da atriz paulista Denise Ferreira, 27 anos. Aos 18 ela ficou paraplégica ao sofrer um acidente de carro. "Não conseguia dormir, chorava muito, tinha vergonha que as pessoas me olhassem. Durou uns três meses", diz. As estatísticas apontam que, após esse curto período de tempo, um trauma já não causa tanto impacto sobre a felicidade do indivíduo. Com a reabilitação, Denise conseguiu recuperar alguns movimentos da parte superior do corpo. Hoje, trabalha com o que gosta, tem planos de casar e garante se sentir feliz e realizada.
O administrador público Henrique Bussacos, 30 anos, abriu mão de ganhar muito dinheiro. Ele tinha uma carreira promissora no mercado financeiro e um salário de R$ 12 mil aos 27 anos. Até que um colega teve um ataque epilético no trabalho e poucos pararam para ajudar. "A preocupação pelo lucro era tamanha que se sobrepôs ao instinto humano", diz. Pensar em dinheiro mina os pequenos prazeres da vida, dizem as pesquisas. Henrique largou tudo e abriu um café que ajuda a colocar produtos de comunidades de baixa renda no mercado. "Ganho metade do que recebia no banco, mas faço algo que é bom para todos."
A história, digna de novela, é um exemplo do que Daniel Gilbert, diretor do Laboratório de Psicologia Hedônica da Universidade de Harvard chama de felicidade sintética. Da mesma forma que o sistema imunológico físico protege o nosso corpo contra bactérias, vírus e outros organismos que nos fariam adoecer, o psicológico seria capaz de fazer as pessoas mudarem suas visões de mundo para se sentirem melhor com a realidade, seja ela qual for. Isso ocorreria por meio de processos cognitivos, principalmente, inconscientes. Segundo ele, fabricamos essa felicidade quando não conseguimos exatamente o que queremos, mas ela não é inferior em qualidade ou duração à felicidade que se encontra naturalmente.
Gilbert provou sua tese por meio de um experimento em que mostrou seis reproduções de quadros do pintor impressionista francês Claude Monet para voluntários. As pessoas tinham que enumerá-las de 1 a 6, começando pelo quadro de que mais gostavam. Depois, o pesquisador contava que tinha reproduções para presenteá-los, mas apenas as de número 3 e 4 no ranking criado. Naturalmente, os voluntários escolhiam a de número 3. Algum tempo depois - tanto fazia se 15 minutos ou 15 dias -, Gilbert pedia para que refizessem o ranking. E adivinhe? O quadro que tinham levado para casa virava o segundo na fila. Enquanto isso, o que havia sido deixado para trás caía para a quinta posição. Era como se a pessoa estivesse dizendo: "O quadro que eu tenho é melhor do que eu pensava; o que deixei para trás é pior do que pensava". "Quando estamos presos a uma realidade, fica mais fácil produzirmos felicidade", afirma Gilbert. O pesquisador aplicou o mesmo teste com pacientes que sofriam de amnésia. Os resultados foram idênticos. Com um detalhe: os voluntários, dessa vez, não tinham como se lembrar de que haviam ganhado um dos quadros. "Eles realmente mudaram suas reações estéticas, hedônicas e afetivas sobre aquelas reproduções", disse Gilbert à época.
Essência do prazer
Felicidade está ligada a pequenos prazeres, dizem as descobertas mais recentes. Se é assim, em seu mais novo livro, Paul Bloom, professor de psicologia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, revela o que nos dá prazer. E por quê. How Pleasure Works: The New Science of Why We Like What We Like (Como o prazer funciona: a nova ciência de por que gostamos do que gostamos, sem edição em português), tem como argumento central a teoria do essencialismo. O autor defende que, apesar de toda a influência genética, evolutiva e cultural, o que nos faz gostar de uma coisa é o que está por trás dela, sua essência. Bloom cita diversos estudos que comprovam, por exemplo, que o que você pensa a respeito de uma comida afeta o quanto você irá apreciá-la. Essas pesquisas são simples. Em geral, reúnem-se dois grupos de voluntários, que experimentam a mesma comida ou bebida, porém apresentada de formas diferentes. Depois, as pessoas relatam o quanto gostaram do que provaram. Alguns dos resultados: barrinhas de proteína têm gosto pior quando descritas como proteína de soja. Suco de laranja é melhor se tiver cor brilhante. Crianças acham que leite e maçãs são mais saborosos quando tirados de uma sacola do McDonald's. Também já houve quem preferisse cerveja produzida no Massachusetts Institute of Technology (MIT) - e misturada a vinagre - à Budweiser. Mas as descobertas mais provocativas têm a ver com vinhos. Em um estudo citado pelo autor, as reações cerebrais durante uma degustação foram acompanhadas por meio de ressonância magnética. Os voluntários beberam o mesmo vinho, porém extraído de garrafas diferentes: uma com etiqueta de US$ 10, outra de US$ 90. As pessoas declararam gostar mais do vinho da garrafa mais cara. O mais impressionante é que, nesses casos, a ressonância mostrou uma fusão entre o paladar e aroma percebidos e a expectativa de sabor gerada pelo preço no rótulo. O processo acontecia no córtex orbifrontal medial. No fim, quem acreditou que por trás da garrafa de US$ 90 estaria uma vinícola minuciosa de fato sentiu mais prazer. "Não sei sobre felicidade, mas dinheiro pode comprar coisas e experiências que nos dão prazer. Mas isso é óbvio, não?", diz Paul Bloom.
A gente se acostuma
Já sabemos que nos acostumamos a tudo e que conseguimos ser felizes mesmo depois de uma tragédia. Qualquer livro de autoajuda barata diz isso. Mas o que explica o fato de os ganhadores da loteria não estarem muito acima, em termos de contentamento, do que os que foram obrigados a andar de cadeira de rodas? "A adaptação é uma propriedade dos neurônios. As células nervosas respondem vigorosamente a um novo estímulo, mas gradualmente se habituam a ele", diz o professor de psicologia da Universidade de Virgínia, Jonathan Haidt, em seu livro Uma Vida que Vale a Pena (Campus). O outro lado dessa acomodação é o fenômeno que com o passar do tempo nos faz deixar de ver graça até em coisas boas. Por isso podemos ficar habituados a dirigir um carro de luxo ou a comer caviar diariamente no jantar, por exemplo. É a chamada adaptação hedônica, sobre a qual os cientistas da felicidade vêm se debruçando recentemente. O conceito explica o fato de que nossa alegria com novas conquistas, ainda que muito aguardadas, nunca dure tanto quanto prevemos. É o que faz com que as botas caríssimas compradas pela estudante Mayara signifiquem um prazer passageiro e sejam esquecidas em pouco tempo. O truque para postergar essa adaptação seria apostar em experiências em vez de bens materiais. Uma geladeira é sempre uma geladeira, já um jantar, ainda que no mesmo restaurante, é sempre diferente.
A adaptação hedônica está ligada diretamente à quantidade de dinheiro em sua carteira. Se uma pessoa sabe que tem o suficiente para pagar por qualquer tipo de prazer, obterá menos satisfação com ele. "O que é garantido não tem a mesma graça para nosso cérebro quanto o que precisa ser conquistado", afirma a neurocientista carioca Suzana Herculano-Houzel, autora do livro Fique Bem com seu Cérebro - Guia Prático para o Bem-Estar em 15 Passos (Sextante). "Foi descoberto que o pico máximo de prazer em nossa mente ocorre ao planejarmos algo que tem 50% de chance de dar certo", diz. "Quando temos 100% de certeza, a liberação dos neurotransmissores da felicidade é menor."
Lazer e bons relacionamentos
Com todo esse conhecimento, como é que fazemos para usar nosso dinheiro a fim de sermos mais felizes? Quem pensou em gastos com diversão começou bem. Em um estudo divulgado no ano passado, o professor de Assuntos Públicos, População, Saúde e Economia da Universidade de Wisconsin, EUA, Thomas DeLeire, analisou nove categorias de consumo, como cuidados pessoais, comida, saúde, veículos e residências. Concluiu que a única que se relacionava positivamente à felicidade era o lazer, principalmente aquele que proporciona melhores relações interpessoais. "Entretenimento, artes e esportes aumentam a interação social e diminuem a solidão. O que explica, em parte, por que aumentam a felicidade", diz Thomas.
Essa relação entre ser feliz e ter boas conexões está sendo reafirmada em outros estudos recentes. O psicólogo cognitivo Matt Killingsworth, do Laboratório de Psicologia Hedônica da Universidade de Harvard, conduz atualmente a pesquisa Track Your Happiness Using Your iPhone (Rastreie sua Felicidade Usando seu iPhone). Ele envia mensagens via celular para voluntários que respondem o que estão fazendo e dizem o quanto estão curtindo aquela atividade. O método foi criado em 1990 com o uso de pagers pelo húngaro Mihalyi Csikszentmihalyim, fundador da psicologia positiva (linha que foca nos potenciais e capacidades dos seres humanos). Em suas pesquisas, Csikszentmihalyim descobriu que a hora da refeição era a de maior felicidade para a maioria dos voluntários, especialmente quando estavam em boa companhia. As conclusões do estudioso de Harvard apontam para o mesmo caminho. "Estar focado em uma atividade no presente e gastar tempo com os amigos e a família parecem ser uma forma eficiente de ser feliz", diz Killingsworth.
Vítima de um acidente de carro ocorrido em 2001, a atriz paulistana Denise Ferreira, 27 anos, é a demonstração do que os cientistas chamam de felicidade sintética - aquela que fabricamos em nossa mente quando as coisas não saem como planejamos. Isso leva um tempinho. No caso de Denise, foram três meses. "No início, não conseguia dormir, chorava muito", diz. Depois, resolveu encarar sua nova condição e ser feliz. Recuperou primeiro o humor, depois alguns movimentos que chegou a perder na parte superior do corpo. "Comecei a valorizar menos os bens materiais e a realizar tudo com mais intensidade."
Exemplo radical dessa busca de novas conexões na vida, o músico e cientista da computação Denílson Shikako, 30 anos, vendeu carro e apartamento e aplicou R$ 1 milhão na fundação de uma ONG depois do assassinato de seu pai, em 2000. A ideia era estimular a criatividade entre pessoas de baixa renda, de modo que ele investiu em um projeto para os moradores no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Atualmente, divide-se entre a ONG e consultoria para grandes empresas, cuja renda reinveste na mesma organização. "Aquela felicidade que te faz dormir sorrindo só acontece quando você participa de coisas com um significado real", diz Denílson. O administrador público Henrique Bussacos, 30 anos, fez um caminho semelhante. Depois de uma carreira promissora em bancos de investimento, percebeu que não se encaixava no perfil corporativo. A consciência veio quando um colega teve um ataque epilético no trabalho e poucos pararam para ajudar, em 2007. "A preocupação pelo lucro era tamanha que ficou acima do instinto humano", diz. Pouco tempo depois, ele abriu mão de um salário de R$ 12 mil e passou a se dedicar a práticas sociais. Hoje tem um café que se sustenta e, ao mesmo tempo, ajuda comunidades de baixa renda a incluírem os produtos que produzem no mercado. "Ganho metade do que recebia no banco, mas faço o que gosto e o que acredito ser bom para todo mundo."
Dá pra parcelar?
A nova ciência da felicidade recomenda ainda não apostar todas as fichas em uma só experiência, mas parcelar as alegrias de vida em várias vezes, a fim de prolongar a sensação boa. "Se alguém ganhasse, de uma vez, US$ 75 mil, não deveria gastar tudo em um carro ou uma única viagem dos sonhos", diz a professora de psicologia positiva da Universidade da Califórnia e autora de A Ciência da Felicidade (Campus), Sonja Lyubomirsky. A recomendação de Sonja é usar essa bolada, por exemplo, para sair para jantar com frequência, comprar flores, fazer massagens ou pequenas viagens. A visão é partilhada por uma pesquisa por pesquisadores de Harvard, Virginia e British Columbia. "A felicidade é mais associada com a freqüência do que com a intensidade dos prazeres", diz o estudo, que ilustra a mensagem com o número ideal de parceiros sexuais para se ter ao longo de 12 meses: um. "Múltiplos parceiros são ocasionalmente empolgantes, mas parceiros regulares são regularmente prazerosos."
A felicidade verdadeira, concluem as pesquisas, precisa de manutenção, pois não está ligada a picos de alegria. Eles irão passar por uma adaptação natural da mente. "Cada pessoa tem seu ponto de equilíbrio de felicidade, que tem grande influência genética, mas também contém fatores mutáveis", diz Suzana Herculano-Houzel. "Aconteça o que acontecer, com o passar do tempo a tendência é que se volte a esse nível basal." Por mais que você seja capaz de pagar pelos melhores vinhos e roupas, é em ações cotidianas que ficará mais feliz. Por outro lado, dinheiro não pode ser um vilão - desde que se saiba gastá-lo seguindo os passos dos cientistas. A grande e esperada fórmula para ser feliz se resume a algo bem simples: aproveitar um dia após o outro e tirar o melhor dos pequenos prazeres ao nosso alcance. Afinal, a ciência provou que todos nós estamos fadados à felicidade. "
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pelo comentário =***