Um pouco da história do nosso Engenho, e BOLO DOS CAVALCANTI

O Engenho Angicos está há 300 anos na família de minha família, os Cavalcanti.  E é lá que se encontra a “Casa de Campo – Engenho de Lazer”,  em uma área que se estende da Zona da Mata Pernambucana ao brejo Paraibano, com 600 hectáres de Reserva Legal.

A história da família se confunde com a história das cidades abrangidas pela propriedade, a saber: Itambé (PE), Juripiranga(PB), Pedras de Fogo(PB) e São Miguel de Taipu(PB). Um dos episódios mais marcantes de nossa história foi a Revolucão de 1817. Paraíba juntamente com Pernambuco foram palco de grandes conflitos na luta pela independência do Brasil. Por nosso Engenho passaram grandes revolucionários, como exemplo: o Padre Antônio Pereira de Albuquerque, que chegou a ser chefe do governo revolucionário; e Manuel de Arruda Câmara, fundador da primeira Casa Maçônica do Brasil, em Itambé.  Além do grande romancista José Lins do Rêgo, e de Teonas, pai de Lúcia, que foi o primeiro prefeito de Juripiranga(PB).

Palco de importantes episódios históricos, o Engenho contribuiu com o engrandecimento do ciclo canavieiro do Nordeste, produzindo o Rum Corsário, a Cachaça Camelo, além de Açúcar Mascavo e Rapadura. No passado, foi também exportador de frutas; e hoje, além do plantio de cana-de-açúcar, produz rapadura, açúcar mascavo e mel de engenho, planta também inhame, macaxeira, mandioca, feijão, milho, batata doce, frutas e flores tropicais, e entre as importantes atividades de pecuária estão o manejo do gado bovino (leite e corte), ovino, eqüino, caprino e suíno,  e a criação de aves de capoeira e exóticas;  afora o Turismo Rural com a Casa de Campo.

As delícias aqui são garantidas, o bode, o carneiro e o porco são pequenos animais de grande apreço no Engenho. A maioria dos pratos são bem artesanais, finos e sofisticados em sua elaboração. Os acompanhamentos não são menos saborosos, com a grande influência indígena no uso das raízes e tubérculos que são sucesso até hoje em toda culinária pernambucana, principalmente em minha família, já que um ancestral meu português casou-se com a filha de um cacique. Ademais, no próprio Engenho ainda existe a Casa de Farinha, onde pode ser feito a farinha de mandioca e seus derivados, como a tapioca e o biju, e saborear com um caldo de cana tirado na hora.

O BOLO DOS CAVALCANTI SÃO ALGUNS DOS EXEMPLOS DA HERANÇA CULINÁRIA, SEGUE ABAIXO:

 

Foto: Livro Comedoria Popular.
Torta feita por mim, com receita de família.

 RECEITA BOLO DOS CAVALCANTI (torta de abacaxi)

Ingredientes:

1 abacaxi cortado em rodelas, sem o talo.

pão de ló:

250 gramas de margarina

250 gramas de Açúcar

4 gemas

250 gramas de Farinha de Trigo

4 claras batidas em neve

Um pouco de margarina e farinha de trigo para untar a forma.

calda de caramelo:

200g de açúcar

60g de água

Modo de Fazer:

Pão-de-ló:

Bata a margarina e o açúcar até obter um creme liso. Sem desligar a batedeira, vá acrescentando as gemas, uma a uma, até o creme ficar fofo. Desligue a batedeira e vá acrescentando a farinha, misturando todos os ingredientes com uma espátula. Por último, acrescente as claras em neve e misture delicadamente.

Unte uma assadeira redonda com margarina e farinha de trigo.

           calda de caramelo:

           Leve todos os ingredientes ao fogo até formar o caramelo.

Montagem:

Pré-aqueça o forno.  Despeje o caramelo numa forma  redonda . Arrume os abacaxis em rodelo, sem o talo, no fundo na forma. Coloque delicadamente a massa crua de pão-de-ló . Leve ao fôrno por uns 40 minutos. Desenforme e sirva.

Acima foto da receita no livro, com mudança do título.

Outros exemplos de minhas receitas no livro:

Creme de macaxeira com charque

Cabra Rapadureiro servido com purê de jerimum (inventado por mim)

E no próximo post de gastronomia, a última receita que colaborei no livro:

Leitão com molho de caldo de cana, servido com purê de batata doce envolto com banana frita - receita inventada por mim. 

Sem modéstia, é delicioso!!!!Melhor ainda quando o porco é criado por nós mesmos.. totalmente orgânico =)